segunda-feira, 7 de maio de 2012

OUVINDO FLORBELA







O silêncio absoluto da madrugada é quebrado pelo CD.
Ensaio a poesia: ela não vem.
Insisto, mas Florbela me detém.
Sua poesia musicada tem gosto de rara emoção.
Sinto-me pequena diante da
sensibilidade extrema dos seus versos.
Espanca meu coração aflito,
 indeciso, em meio a um turbilhão.
Céu nublado,
gritos sufocados,
a caneta titubeia à mão.
Desisto!
Rendo-me à sua poesia:
 musicada ou não.
Florbela,
mulher letrada,
pioneira em sua estrada,
neurose escancarada,
vai além da imaginação.
Eu,
nas suas entrelinhas, sou esperança
de rever a vida e suas tramas,
reinventar-me poeta na solidão.

rosangelaSgoldoni
13 04 2012
RL T 3 654 433


Publicado na Antologia “Poemas à Flor da Pele”, volume 5, 2012
Editora Somar Porto Alegre

2 comentários:

  1. Ler o que você escreve me encanta Ro!
    Lindo poema !
    Um beijo carinhoso da amiga e fã.

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  2. Obrigada, Cristina!
    Feliz com a sua visita e comentário.
    Bjsss

    ResponderExcluir

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